Naufrágio
Corrompido, o transeunte avança na solidão.
Escassa é a fome pela incerteza,
outrora dito, seu pesar se transformou em coração.
Quem me dera cruzar mil léguas nesta estrada,
e encontrar numa rosa algum motivo eficaz,
para mais de vinte segundos de paz...
O vento frio me atormenta e me condena,
as quatro muralhas erguidas nesse escuro quarto.
Me embriagar de mel e chuva fina,
fazer de meu corpo um forte estrago.
Sucumbi aos impotentes,
alvejei o flanco errado.
Matas e morros atravesso sem demoras,
caminho e corro em minha memória.
Doce planície salpicada de rosas,
velha charneca de discórdias.
O misto do indeciso e ignorante,
a mescla do sonhador com o dia errante.
Inactivo, inodoro, esse rio de tristezas.
Ao lado a flor transladada de perfumeza.
Os ônibus, carros e a destreza,
do homem á destruir e atenuar suas fraqueza.
Me perdoe amor por meus pensamentos,
é que o tempo reflecte na alma do derrotado.
Essa neblina de carbono do motor de meus batimentos.
Este universo urbano me conduz a bancarrota,
me sinto falido por todas vitórias,
amargurado de assaz história.
Tentei salvar-te deste naufrágio.
Faleço aos poucos, vivo menos.
Mas teu amor, lembrança boa trará,
teu sorriso pequeno e olhos morenos...
Tão cinzentos quanto a chuva,
e tão molhados de sereno...
Texto: Marcus Mavi
Um comentário:
o q e a vida se nao uma guerra de interesses q somos obrigados a combater mesm naum querendo ou mesm nem podendo
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