2°parte
Algo além dum peão
Eu vivia tão leve,
que cada problema era terrivel.
Acordava inerente ao incorreto,
era pequeno, gracioso.
Tão sozinho que dava pena,
meu espelho me amava.
Uma célula vagarosa,
um fator renegado,
aos estados inebriantes,
o amor e o pecado.
Meu pivô era o choro,
derrapante, soluçado.
Cada curva era a descoberta,
do abismo terrivel que era aumentar.
Perdia horas entre meus bonecos,
sem imaginar, que os idolos eram de isopor.
Mais um centrimetro me aproximava,
cada vez mais sóbrio, pouco menos ágil.
Ai, entendi o que era amar.
Arranjei uma viola, e fiz dela minha amante.
Dedilhava as dissonantes com carinho,
eu era um deus, tão popular entre os esquisitos.
A primeira rebateu minhas ofensas e se foi,
a próxima nem avisou que ia.
A terceira era cheia de filósofos na mente,
seu coração uma loucura. Nenhuma dor sentiu e sente.
Minha alma se reteve,
numa dor incompreenssivel.
Amargurei doze meses,
apreciando o impossivel.
Papeava com os tolos,
o cigarro e o esgoto.
Conheci os tiroteios.
Fui libertário e mensageiro.
Os tolos se foram e seguiram suas estrelas.
Outras delas caminharam e partiram pelas teias.
Perdi tanta coisa que a inocência era meu ditado.
Outrora desvirginado, falta dela tenho inteira.
Hoje toda minha corpulência,
de nada adiantou.
Minha insensatez foi me aclamar imperador,
do nada que tinha e nada que sou.
Todo trauma cicatrizou e o escudo é vasto.
Sou um devaneio da falta que me fizeram teus abraços...
Culpa de alguém?
Da esperança que tive.
De querer imitar os filmes.
Adeus mesquinharias.
Um disparo inoportuno,
um erro avisado.
Uma lacuna aberta,
um tropeiro assustado.
Um vulcão de ódios,
uma panela de retratos.
Não derrotado ou de vitória.
Sou um homem e seus pecados...
Texto: Marcus Mavi
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