7.10.07

Coluna Poética -N°2

Essa noite eu resolvi caminhar,
como eu fazia naqueles dias,
em que seu rosto era indeciso, fraco em minha parda memória.
E lembrei de nossas alegrias,
um mundo de incertezas,
o qual murmuravámos em sintonia, revivi nossas histórias.

Percebi que cada curva traz seu nome, seu assunto.
Me sinto inútil longe de teu braços,
tuas lembranças, aquele retrato.
Que resolvi queimar pra esquecer-te, vitória do acaso.

Quem foi mesmo que disse adeus,
sim fui eu, marquei ali minha incompleta.
De certo modo até estava correto,
teus braços já eram amargos e homéricos.
Aquele romance não tinha futuro,
e o escuro assaltava minha alma, agora sou um clérigo.

Ver-te é um sinal de minha decadência,
minha felicidade são teus dentes.
Amarelados pelos cigarros que fumaste ao me perder.
Acomodados pelo nada que tinha á dizer.

Um final refugiado,
no que chamamos de acaso,
uma vida atordoada,
no que dizemos "vai passar".

mas um prato a ser lavado,
mais um dia sem horários.
Mais um dor que vai andar,
e espaldar nessa inocência...

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