17.4.11

Sobre revolução

Eu sou um daqueles homens que tem seu mundo próprio, pensamento constante, mentalidade meio afetada por algumas coisas. Por muitas vezes sou um teatro convincente, até pra mim. Mas, determinados dogmas que existem em mim são poderosos demais para me acomodar naquilo que não quero. E sabe, sei muita coisa sobre o que não quero. Talvez até mais do que quero.
Talentos e talentos que tinha foram desperdiçados, grande parte da minha inteligência promissora. Tudo isso por cédulas e moedas, e como essa desgraça nos domina. E como essa merda é importante.
Bem, me demiti essa semana. Esse pensamento rodeava a minha cabeça, o desejo de ter tempo e força pra lutar a chegar ao meu sonho ou, pelo menos, colocar minha vida novamente no eixo profissional que tanto sonhei.
Entendam caros leitores, ter ideias amplas e conhecer de tudo é uma dádiva, a escola da vida é um milagre, mas, ao mesmo tempo, é uma maldição olhar a vida aos olhos dos tolos. Eu sou um grande tolo. No século XXI ser louco é acreditar nas coisas que rodeavam nossa cabeça quando éramos mais novos. Naquele cargo, aquele carro, aquele amor, aqueles amigos. A vida sim é bem longe de tudo que esperávamos. Mas entendi, e entendi muito bem, a vida é maravilhosa.
Por dois anos fui um homem frustrado emocionalmente, sem me sentir completo, ao colo de gente que é sim boa gente, mas se vendeu rápido demais. Cansei e procurei algo que me fizesse rir novamente. Esse substantivo abstrato logo se tornou um nome e um endereço e hoje me acolhe assim tão sem interesse. Isso me conquista.
Por anos fui desacordado com coisas que vi dentro de casa, mas, quem somos nós sem nossas famílias. Que honra e orgulho ser filho de alguém lutador. Demorei tempos pra ver, mas, assim vejo. E minha alma tem sido mui mais limpa com isso.
Minha ultima fragorosa batalha era meu emprego, meus estudos. O homem que tenho certeza que posso ser e que estava tão distante daquele meu cargo. Sabe, passei por situações complicadíssimas, humilhações que nunca vou esquecer e no fim, onde estava o dinheiro prometido e compensador? No bolso dos patrões. No bolso deles estava minha faculdade, minha saúde, meus planos e minha felicidade.
Alguns meses velando essa ideia, planejando a fuga, aconteceu. Demiti-me. E bum, o peso nas costas de uma carreira falida para cabeças falidas saiu de mim. E agora “outra vez, as coisas ficam fora do lugar, quando então começo a me sentir em casa.”
Digam-me aonde vocês se sentem em casa realmente?
Parei aqui no ponto zero, para recomeçar. Refazer erros que cometi com a cabeça cheia de pensamentos ruins e coisas vazias. Estou pronto. Mas não é um mar de rosas. Mas, seja o que Deus quiser...