27.4.08

Dois Poemas para explicar como eu vou bem...

Em minhas mãos - Marcus Ferreira

Interessante,
as vezes eu apenas desejo estar ao seu lado,
em sua casa ás três da tarde,
depois dum almoço desencontrado,
comer aquele frango de terça-feira guardado na geladeira.

Impressionante,
por tempos eu achava isso tão prático,
mais até que catalogar nosso sexo na volta do ônibus,
bem além de querer-te além do meu pobre orgulho.
Despedaçava cada dia pacato como uma britadeira...

E hoje aqui parado,
cultivando uns trocados pra sobreviver,
trabalhando para não enlouquecer,
ressentido com tudo que já esteve em minhas mãos,
como seu corpo, como sua vida, seu amor.

O que eu trocaria pra te ter de volta?
Para receber de prêmio aquela sua inocência tão exaustiva pra mim,
que a conveniência me obrigava a recitar outro de meus proclamas casuais,
de como a vida se portaria dali pra frente.

È, meu amor,
você, no fundo do oceano das palavras mais ditas, malditas,
estava correta;
eu sempre sonhei demais...

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Poesia da Casualidade -Marcus Ferreira

Inferno é ter de dizer adeus, ou até mesmo olá.
Terrivel é resgatar o passado neste futuro tão insalúbre,
tudo tão amargo, mas estou bem...
Ando aqui e acolá, ganhando uns trocados,
fingindo ser alguém que num dia soube amar,
mas se é verdade, porque tua foto volta e massacra toda essa resistência?

E assim vou. entre mortos e vividos,
minha bastilha está tão longe,
custa tão caro tomar meu lugar...
Como uma bala disparada por um perdido,
cruzo terra, céu e tanto desejo o mar,
algoz onda que me levaria pra fora daqui,
em outro mundo feito de rodas,
donde seu rosto não pudesse me tocar...

Neste circo de avenidas, policias,
cidade tomada de meninas,
cada uma com suas delicias,
todas elas querendo soltar...
E desabar sob esta nuvem de mau desejo.
Me sinto tão infimo, tão irrisório, casual,
sou um número ambulante, que compra,
diverte alguns, destrói outros...

Há tanta coisa que não aprendi,
que nunca entenderei,
mas mesmo assim, tenho orgulho,
e um dia serei, um soberano, rei,
regente e Deus de mim...

E todo esse tempo será um delirio,
como há anos atrás, quando ainda era menino,
quando conseguia sonhar...

13.4.08

Faça uma lista de grandes amigos...

Você está sentando nessa cadeira agora, olhando para a tela, coçando a cabeça e lendo este blog.
Ai eu te desafio:
  1. Pense agora na(o) sua(seu) primeira(o) namorada(o), lembre-se se você amava estava pessoa ou não.
  2. Agora compare com a segunda(o) e terceira(o), do jeito que eles beijavam...
  3. Pense na pessoa que você ama nesse momento, se ela está com você, pense no sorriso dela, se não, pergunte-se como estariam agora se estivessem juntos.
  4. Reflita sobre Deus
  5. Se olhe no espelho do seu quarto e se recorde do seu rosto há dez anos atrás.
  6. Pense num amigo que você nunca mais viu
  7. Traga a imagem do rosto da sua mãe
  8. Lembre de como ela fazia seu Nescau
  9. Agora imagine-se daqui a dez anos
  10. Perceba que todos essas idéias hoje presentes na sua cabeça vão ser passado como as de dez, quinze, vinte anos atrás...
Parabéns, agora sim, você é um ser pensante...
Aqui segue a música que me inspirou a fazer esse questionamento hoje...

Oswaldo Montenegro - A lista

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

Boa Semana galera...

11.4.08

Como tudo deve ser???


O que falar aqui depois de tantos dias?
Tudo bem, vamos por partes (tudo bem, não vou fazer a piada do Jack Estripador ¬¬)

Declaro reaberto e em atividades o "Páginas Urbanas", vamos as novidades...

Um dos ditados mais brasileiros e mais reais que agente fala por aqui é o "Quem não chora, não mama". Bem, tudo que está acontecendo nesse vidão, nesta época deve ser o retorno de todo o esforço que fiz tempos atrás.
Estou muito agradecido a Deus por ter conseguido meu empreguinho, ter minha banda á todo vapor, shows marcados e tudo mais, meu colégio estar andando, minha familia estar numa relativa paz, só falta uma namorada mas, isso vem com o tempo...
Mas o que mudou internamente?
Creio que nada demais,
agora sou um homem com compromissos, um pouco mais cansado e sério. Enfim, estou me sentindo adulto, pela primeira vez...
Fui me alistar e, a exemplo da virgem Maria, disse SIM...

Era como se o mundo fosse um relógio, daqueles iguais o da central do Brasil, e eu estivesse me sentindo uma sujeira; aquilo parado, que atrapalha, que tem de ser carregado. Agora me sinto inserido nas ferragens, nas rodas, nas engrenagens.
Galera, coisa boa, troquei de baixo!
Olhe ele lá em cima!
Fiz essa poesia durante esses dias,
eu, ser engraçado que sou,
me expresso melhor em versos...
E lá vamos nós:

Seis e Meia - Marcus Mavi

As vezes me vejo assim em outroras,
resguarnecido na fortaleza da inocência que se foi.
Munido de meias verdades e mini-certezas,
vou indo no mesmo ônibus de seis e meia.

Sim, parto, caminho, escangalho,
minha cabeça com a informação podre,
minha bastilha está tão longe,
meu mundo apequenina-se.

Desde que você partiu naquela primeira forma,
seu retrato me persegue,
mesmo sendo de diferentes rostos, gostos e modos.
Me compreendo irrisório em meio a esse mar de gente...

Fito ele, ali, de aço, parado em seu cavalo,
me intriga seu rosto fechado,
herói de muitos, ninguém o conhece.
Meu próprio Pantheon não está longe,
“Aqui jaz o rei do ninguém...”

Não sei mais o que é amor,
nunca soube, sempre mostrei,
sou tão profundo e idiota,
quanto uma equação sem resposta.

E por ali, aqui, acolá
vou tentando sobreviver das migalhas que me fartam,
fingindo estar tudo bem, tudo aquém daqueles passados,
mas muito volta nas noites sem trabalho,
muito retorna, e ainda causa estrago...

Qual será meu destino,
se já sofri tantas curvas,
nuas, asfaltadas, músicas de melodias ralas, raras....
Quais são minhas certezas,
de onde realmente vim, deste ódio, daquele amor,
daquela menina, do ventre materno,da pátria amada,
O que é Deus? Senhor, ilusão, um bandido,
que nos rouba a certeza, que tritura o grão da verdade,
em partes menores que o Sol.....

Talvez eu realmente seja prepotente,
e ninguém me ame com razão,
bem sei que não sou inocente,
pois os amigos escassam a medida do possivel...


Boa Semana galera