1.12.10

O mundo gira forte e lentamente na minha vida. O mundo e a vida me ensinaram coisas demais que eu não devia saber, e mal me ensinaram lições importantes.
Minha capacidade de auto-flagelação e cobrança é intensa enquanto meu sorriso é pouco em situações felizes.
MInha cabeça é bem próxima do estranho. Quanto mais eu tenho, mais eu quero, mais intenso, mas sabe, sempre traço metas. O problema é que essas não se cumprem ao todo, sempre falta alguma coisa.
Nascido sob uma estrela ruim hoje, sou um homem sozinho.
Sozinho porque não retiro mais sorrisos da minha familia. Sozinho porque ouço coisas terriveis vindas da minha mãe. Sozinho porque 90% dos velhos amigos não me procuram. Sozinho porque meu telefone não toca. Sozinho porque vivo carente procurando afeto.
Sozinho porque sou idiota. Sozinho porque me sinto burro.
Aliás, um choque de realidade intenso tomou minha alma nesses dias. Quanto tempo venho perdendo lutando por nada. Lutando por dinheiro que nunca vem na quantidade certa para me ajudar a mudar de vida.
O quanto de meus talentos se foram com o tempo. O quanto do meu corpo vem sendo destroçado por essa rotina. Cabelos brancos, costas doloridas, joelhos arrebentados, dentes amarelados, o vicio do cigarro, a bebida como uma pequena saida, remédios para todos os lados. Engordei, cara esfacelada pelas acnes e rugas.
Perdido em todos os vicios que adquiri para suprir minhas frustações.

Eu me domestiquei.
Eu me matei aos poucos.
Eu me emburreci.
Eu me fragilizei.
Eu me engordei.

Me sinto como que dentro de uma grande masmorra, com as pares lisas, uma casa na montanha a qual me joguei para não ser atormentado. Joguei a chave fora, venho dormindo com meu pior inimigo, eu mesmo....
Mas fiz uma promessa, a partir de hoje, findando pequenos casos, ninguem há de saber da minha vida por completo. Serei alguém calado, alguém sorriso, e deixarei essa tristeza aqui dentro,donde ela tem que existir....

27.10.10

Sobre a vida louca vida

Faz muito tempo que não tenho esse estalo de falar da minha vida. Muita coisa mudou em poucos meses. Mudei de amores, encontrei novos amigos, novos lugares, novas crenças. Mudei de emprego, continuaram alguns problemas, novas oportunidades, novas dores de cabeça.
Com o tempo venho apredendo com a vida e com as dificuldades que venho passando...
Deus sempre está disposto a me ensinar, por amor ou por dor...
Ando absorvendo os conceitos, me renovando, me inovando.
Muitos sonhos a cumprir!

7.9.10

Sobre Redenção tardia

Quando a luz do fim do túnel chegou, percebi que coisas sombrias se foram. Entendi da vida meu momento. E hoje aqui estou nessa terra quase prometida ainda, ainda na velha luta por espaço. Marchando entre dias ruins e dias bons. Tomando de assalto meu coração. Vejo que hoje muita coisa sim valeu a pena, outras nem tanto.
Depois de muitos dias de badalações e tudo mais tive um grande encontro comigo mesmo hoje. E me vi bem.
Nesse feriadão de tudo encontrei e fiz. Ele se encerrou com um dia calmo e tranqüilo. E amanha vai renascer uma rotina muito mudada da minha antiga. Peço a Deus proteção.

29.8.10

Entre nós

Contos de fadas são interpretações de mundos paralelos ao nosso. Servem para ensinar as crianças da bondade, da fraternidade, das coisas e das escolhas sadias e imperfeitas para uma existência. Mas, na vida real, no acordar das pálpebras, em nosso transito, nossa cidade. Nossas vidas não se ponderam como contos. Mas pequenas historias fadadas a erros gigantescos, a sinas, a deuses e a tudo que acreditamos ser sobrenatural.
Mas a verdade é que se mantemos num lugar Supranatural, ao mesmo tempo, aquém e além das sociedades eternas. Somos passageiros, pequenas células de inteligência imperfeitas moldadas conforme os costumes, os outros seres e os meios a nossa volta assim permitem.
E tirando a conclusão da minha pequenez, entendi que sim, Deus pode mudar as nossas vidas. Mas onde estão as forças internas? Resolvi continuar a acreditar no amor e me agarrar a esperança. Afinal de contas, a vida segue senhores.
È no poder da persistência, da casualidade que hão de ser feitas às vitórias.

23.8.10

Sobre o Amanhã

Existe na solidão algo de terrivel.
Existe na solidão algo de incrivel.

Terrivel é entender os dias ruins,
incrivel é perceber que não são tão ruins assim.
Que a sala ainda é a sala.
Que meu cabelo ainda é preto.
Que meu coração vazio, ainda sustenta minha lotada mente.
Que meu corpo cansado ainda serve para lutar mais um pouco.
Que meus amigos fiéis ainda são fiéis.
Que meu trabalho está lá me esperando.
E que sempre há de ser amanhã.

22.8.10

Sobre um pequeno momento de solidão.

Entenda, eu ando meio cansado.
As pressões da vida me educaram,
A sempre retroceder.
Compreenda, eu me senti tão só esses dias.
A sua falta me mostrou um espelho ruim,
Isso é pequeno retalho.

Nefasto tempo entre risos,
Dolorosas frases sem sentido,
Amargos dias de domingo,
Que precede outra semana ruim.

Hoje me vi sem você,
Por acaso.
Hoje senti sua falta.
Por acaso,
Eu vi nosso retrato e me fez feliz.

Sonhos tão vazios e distantes,
Realidade tão intensa e constante,
Sem parada, sem chamada.
Eu sinceramente não sou assim.

------------------------------------------------------------------------

Passei esses dias sozinho entre a minha familia. Na tela da TV vem o alivio dum exterior que pouco se importa com minha miserável vida. Sabe, esse pensamento me elevou e trouxe em meus cigarros um pouco mais de tragos. Me vi ansioso, me vi sozinho. Aliás, que grande batalha que me valhe cada dia. Onde está Deus com a cavalaria? Meu pai, eu tenho lutado tanto. Tenho feito tanto, errado tanto. Aonde estão as promessas?
Desculpe senhor, minha carne fraquejou no te entender.
Porque amanhã ainda será igual a ontem.
Porque ainda não me fiz entender por quem me ama e nem ousei entender.
Porque essa cadeira dói meu corpo exausto de trabalhar em vão. Por um dinheiro fútil e doloroso, terrivelmente necessário.
Sabe senhor, eu ando bem mais gordo, bem mais pálido. Muito cansado, estressado até o último fio de cabelo. Com a coluna doendo. Até onde devo ir para conquistar a pequena redenção que te pedi?
E agora, aonde estão meus amores?
Sim, aqui se encontram, sentados na sala, rodeados pelo Faustão.
È.
Adiante deve haver a luz.

9.8.10

Sobre a Fênix de cada dia

Sim, estou caído.
Mas meu elmo permanece em pé nesse chão sujo.
Sim, estou confuso.
Mas muitos já me disseram o que fazer e nunca ouvi.
Sim, estou perplexo.
Mas Deus me criou para entender o mundo e sofro disso.
Sim, estou desanimado.
Mas a vitória sempre foi alcançada mesmo em anos, semanas ou dias.
Sim, estou desligado.
È minha alma se levantando das cinzas nesse mundo amarronzado.

Nunca,
Duvide de minha capacidade.
Nunca,
Tente entender minha diversidade.
Nunca,
Se oponha a minha liberdade.
Nunca,
Verás em mim a face da crueldade.
Nunca,
Absorva o que digo com fidelidade.

Pois, meus sonhos são seus.
Pois, meu coração é seu.
Pois, meu trabalho é seu.
Mas,
A luta e a vida são irremediavelmente minhas...

3.8.10

Sobre quando se vai a Boreste demais

Calculei muito, e cai num lugar errado. Minha proa chocou-se numa praia extensa. Meu navio está ferido, paralisado. Nesse lugar vejo tanta gente comum e dominável. Como os inocentes índios que comigo falavam. Eles vagueiam de lá pra cá sob ordens rígidas por alguns trocados.
Andei por esta terra insólita, tive pesadelos, descobri que era uma ilha de 13 km quadrados. Que estrago, fiquei emocionado, que terra pequena para um homem de meu alçado.
Mas, aos poucos, fui aos índios vivendo, e comecei a fazer parte das fileiras. Entendi que as ordens eram partes da vida, e que o dinheiro era tão importante quanto minha saudade, meu dever, meu direito de assistir o pôr-do-sol. Agora trabalhava tanto quanto os índios, vestia a mesma roupa.
Tolos enganos, quase dois anos se passaram, e minha alma, de navegador, voltou a seu estado. Eu queria o mar, precisava do mar. Fui até meu antigo navio e o vi despedaçado. Por meus irmãos inúteis, haviam o queimado. Que dilema terrível. Meu poder de sair desta ilha havia acabado. E a fuga era impossível...
Agora, aqui fico, marginalizado, da inteligência, da vida e da sociedade. Pensando nos meus pequenos afazeres. O continente é longe demais para me apoiar.
Que triste fim para um homem de tantos estragos, e agora, tão poucos trocados.

2.8.10

Sobre o Ainda

Ainda que meus inimigos dominem a colina, haverá tempo de tomá-la e eu sou homem para isso. Ainda que o erro me assalte, existirá um sol belo escondido pelas nuvens num ônibus lotado. Ainda que se resuma por trinta metros meu espaço diário, saberei que existe uma colina tranqüila em algum lugar. Ainda que a Segunda-feira me proponha o desequilíbrio, a risada de meus amigos me fará entender que o mundo gira ordenadamente. E quando a morte me alcançar lembrarei da música que me acalma.

Ainda que o tempo, o vento, a rotina, a tristeza, o cansaço, a impaciência, a esperança e a dificuldade me assolem. Ficarei feliz em apenas ligar meu celular e ver seu sorriso, tão branco ao meu lado. Na foto da lanchonete. Um retrato. Algo que mostra o quão poderoso pode ser o amor.

O Seu Amor!

1.8.10

Sobre TV, Dom Quixote e um jovem idiota

Por vezes deixo de compreender coisas tão próximas de mim por falta de manifestação. Uma das minhas maiores qualidades e defeitos é o fato de ser um homem muito observador. Eu simplesmente consigo prever algumas atitudes das pessoas ao meu redor. Dos meus supostos inimigos e de meus aliados.
Sou um homem que defendo de todas as formas meus amores, que combato, que luto, a qual desisto, a qual me afasto, mas estou sempre lá novamente, enfrentando os dragões da rotina. Também combato em meu trabalho; cansado, entregue maltratado, humilhado. Mas estou sempre ali, fortificando-me, ajudando as pessoas que creio merecer.
Donde estão os reconhecimentos de tanta coisa?
Estou cansado de ser meio Dom Quixote. Ajudando, sacrificando e, o mundo agindo como se isso fosse loucura.
Por enquanto, me divirto com a TV para me ancorar e entender essa vida...

26.7.10

Sobre todo dia...

Todo dia acordo meio cansado, um pouco pela rotina, outro pouco pelo corpo, alguma coisa pelo bolso e uns trocados pela barba que cresce todo santo dia. Na verdade, eu ando meio restrito ao conceito de dia, de vida, de estar, ser, criar, benzer. Sempre muito preocupado, mergulhado na confusão que é a vida de um comerciante.
Vejo que cada dia amanheço mais pobre em espírito e mais abundante em dores, estratégias, vontades de servir alguma causa que valha esse sacrifício. Minha vida que teve seus pequenos devaneios de uma devida importância em tempos de colégio, a qual me agarrei ao fato de mudar a humanidade, pelo menos numa pequena esfera de influência; agora se resume a vender e bater metas, lutar contra hipócritas de cabeça minúscula e um sistema burro e doentio que te adoece e emburrica com o passar dos anos. Há quantos anos eu não sei o que é compor uma musica decente, uma mera poesia de grau superior. Ou simplesmente ser um Homer Simpson e ver sessão da tarde. Estudar com gosto. Malhar. Lutar.Conversar despreocupadamente.
Passei alguns meses tento um serviço a qual sentava numa mesa, fazia meu trabalho, levantava e ia embora as duas da tarde durante os dias da semana, até sexta claro. Hoje vivo preocupado e sem dinheiro, correndo atrás de um pouco de sorte. Convocando cada santo, entidade ou Deus que conheço para me manter incólume naquele inferno preparado e desonesto.
A modesta vida da galinha. Sair, colocar um ovo, deixar que seu dono o pegue; receber alguns grãos para engordar e dar mais ovos ao mestre. Triste destino imutável.
Mas sim, esse vendaval de estrume a qual me apresentei foi de escolha minha e agora dar-se como Daniel na cova dos leões. Espero um anjo todo dia.
Ganhei algumas coisas com meu suado dinheiro. Tv’s, câmeras, videogames, saídas para lugares caros, roupas de marca mas, perdi tanta saúde física e mental, quase todo meu tempo útil, meus estudos. Comecei a fumar, a me viciar em pequenos remédios de cafeína ou para dor. Todo dia são três cápsulas de guaraná em pó e uma cápsula de dorflex.
Determinados erros geram preços acima do esperado. Destinos ruins inflacionados. Triste paisagem de trinta metros quadrados, para um homem que sonhava com o mundo...

9.5.10

Sobre a menor possibilidade

Como um milhão de pequenas passagens
Todas as escolhas que fazemos
Todos os palcos pelos quais passamos
Todos os papéis que interpretamos

Por tantas direções diferentes
Que os nossos caminhos se alternaram
Com cada porta que abrimos
E cada etapa que queimamos

De alguma maneira nós nos encontramos
Através de toda esta força
De alguma maneira nós nos encontramos
De alguma maneira nós permanecemos
Em um estado de graça

Eu não acredito em destino
Ou na mão guia da fé
Eu não acredito no "para sempre"
Ou no amor como um estado místico
Eu não acredito nas estrelas ou nos planetas
Ou nos anjos nos cuidando lá de cima
Mas eu acredito em uma pequena possibilidade de encontrar alguém para amar
E fazer isto durar...

(Rush -Ghost of a Chance)

Essa música fala de todas as minhas pequenas vitórias e as grandes derrotas que acumulei...

Ouça Tópico 3

No Twitter
@mavipleidisco
@topico3

3.5.10

Sobre mapas e deserção

Já é madrugada e o sono disfarça,
As alamedas inundadas em meus pequenos desejos.
Suntuosos em matéria, fervidos na miséria.
De minh’alma coberta de soberanas idéias.
Fortes monções de mudanças sem fim,
Que se encontram á pedra, falidas enfim.
Morro por dentro, quando acordo vivo,
Tento e agradeço, mas meu mistério é conciso.
Sei o que fazer, por onde ir, mas não consigo.

Talvez seja assim, parte de mim,
Subjugar-me a quem ao menos consegue,
Somar seus desejos aos meus dialetos.
Famigeradas noções, que só fadiga e desprezo;
Pode governar esse meu doce desejo...
De ir á pique com todo um Titanic,
Que em minha vida se chama servir.

E sou servo mal pago,
Pois o preço é caro,
Do trabalho que vendo,
Do poder de meu estrago.
Estou paralisado, feito um pinho.
Que enraizada as vestes,
Acompanha em silencio ao vento,
As mudanças do mundo.
E quem diria que fui eu mesmo que somei esses números?

E amanhã renasce a luta,
Há muito perdida,
Ao qual me faço desertor.
E pela manha se vêem a duvida:
Até quando a condição vai controlar a dor?

Qualquer dia desses,
Vou voar em desgraça,
Sobre um ódio insaciável,
Que faz devassa,
Minha perpetua vontade de ir.
Seja lá onde for,
Eu nunca gostei de mapas...

Ouça Tópico 3

25.4.10

Sobre a paz que eu não quero seguir

Em 14 de Julho de 1789 uma multidão de revoltosos com a conjuntura socioeconômica de seu país atacou a Fortaleza Parisiense da Bastilha. Esse golpe contra um poder que se dizia divino abalara o mundo, pois os oprimidos agora carregavam os canhões do ataque. E o grilhão era fraco contra milhares e milhares de corações ansiosos por sangue e melhoria em suas infelizes vidas. Essa gente simples começava um dos eventos históricos mais aclamados e estudados e que, para sempre, mudou os modos de pensar de todas as sociedades modernas. E de lá vieram um Rousseau para definir as desigualdades e convencer um país a lutar e um Claude Joseph para bradar “As armas cidadãos!”.
Uma das maiores peculiaridades da revolução francesa é que a economia da França era forte e este país possuía um cenário de destaque mundial, excelente terras. Mas o que destruiu um sonho francês de uma Grande Pátria Mãe antes da marcha do povo contra a fortaleza? Fora a tirania exacerbada de inúmeros governos fúteis, parasitários, corsários do suor e trabalho de uma grande gama de indivíduos que formava uma massa, um tijolo ou azulejo a ser pisado e sustentar as políticas infelizes de reis e do clero.
Naquela época longínqua aos nossos olhos e interesses, fora provado que o Mundo Ocidental não esperava uma revolução, mas, precisava de uma revolução. E sim, apesar dos burgueses e suas economias, quem tomara a frente dos assaltos fora um povo massacrado e que agora começaria seu banho de sangue; um pagamento merecido por muitas gerações engolidas.
Não irei me estender sobre isto, mas, o preço foi pago e muita coisa mudou ali, naquele momento germinativo duma idéia soberana do que é hoje nossa “teórica” sociedade moderna...
Utilizando do exemplo supracitado eu formulo uma questão: Quais são as tiranias escondidas dentro do seio da nossa sociedade?
Os impostos são duros e terríveis no Brasil. Contudo, os serviços públicos, de um modo geral, são péssimos. O saneamento, o planejamento das cidades, as estradas. O povo sofre uma tirania disfarçada, duma classe governativa parasita e fraudatória. Já pensaram no quão absurdo é lhe dar com noticias de bagatelas e corrupções em todas as esferas comumente no nosso jornal? Ao lado das noticias do tempo e da TV.
Senhores, vivemos num país continental e rico em potencial, mas, nossas vidas de merda, mergulhadas nas excentricidades dum dia-a-dia de merda nos fazem perder a visão do desastre que somos.
Por isso vos digo. Qual a forma de melhorar? Comunistas, Monarquistas, Republicanos, Esquerdos, Direitos. Tudo farelo da mesma sujeira. Basta dessa gente inútil, pobre de educação e espírito governar-nos. A quem você vai dar seu voto esse ano? Ao romário, grande jogador de futebol. Que terrível comedia grega é a nossa política senhores, em todas as suas conjugações.
Chega desse comunismo de mentira, isso é inútil, as manifestações foram domesticadas. Nenhum rei pode mudar o destino, seria complexo demais, com sangue demais. Basta de associações com os EUA ou a Rússia. Ou com Chaves, ou com Obama. Todos esses factóides são armadilhas. É pretexto para se esquecer a questão mais essencial para um governo democrático. A democracia na educação, na saúde, na segurança, na alimentação, na moradia, no desenvolvimento das sociedades. Quando sim, nosso País alcançar o nível disso. Poderemos discutir se seremos Marx ou Mercantilistas. Comprar-se-emos Bombas ou Balas de chocolate. Se nosso Presidente é negro, ou tirado da lama, ou diplomata em alguma merda qualquer.
Como eu posso pensar em coisas maiores se minha casa é cercada de bandidos, se meu carro é blindado, se fico horas num transito idiota para ir para meu trabalho. Se minha alimentação é cara, se a luz é cara, a água é cara, o telefone é uma facada. Se meu cartão de credito me ataca. Se quando eu quebrar um pé numa infeliz casualidade, tenho que ficar dias para enfaixá-lo. Se não posso chegar duas da manha em casa sem estar rezando para alguma coisa me defender. O Povo grita senhores, mas berra como um cão, que late do dono o estar batendo e encolhe seu rabo, volta para a casinha, dorme e amanhã estará na porta com os jornais cheios de sangue na boca, abanando o rabo.
Sou obrigado a ser assim em meu emprego, pois o mercado nada me oferece e tudo me cobra. Com meus políticos, em suas mesas de dominó com prostitutas. Com meus vizinhos que se envolvem com as armas e drogas e mandam. Com a Policia corrupta. Com um transporte público imbecil. Com os impostos que só encarecem aquilo que é ínfimo em outros paises.
E sim, tudo isso acontece enquanto o Brasil vence a Crise Mundial com Maestria. Quem dera aqui fosse outra França e não fossemos tão vendidos a nossa vida de misérias. Sonhem em ser americanos e europeus, seria até mais fácil. Sua pátria que te pariu não precisa de você, só do seu dinheiro sujo..


-------------------------------
Ouça Tópico 3

23.4.10

Sobre pequenos vicios e grandes mudanças...

Eu sempre disse a todos que meu grande vicio era a musica, coisa que desde outrora fazia parte da minha alma, seja nessa ou em outras existências.
Mas uma série de pequenas inverdades se acumula na minha cabeça no cotidiano duro e vendido da minha carreira profissional que acabaram por abafar alguns dons que tinha a mais. A escrita, por exemplo.
Mais o que me fere é a estagnação temporária que tenho por ínfimos momentos. A vontade de voltar, a vontade de ir, de ficar, de partir quando simplesmente devia estar na linha de frente.
Quais de vocês sentem isso todo santo dia?
Pois bem, quase todo nascer do sol eu peço para dormir mais. Toda noite eu quero amanhecer dez dias á frente, mas, o tempo é uma maquina mui maior que o relógio que comprei. E é o tempo tão áspero e sincero que me destrói. Que se coloca diante de mim e minhas soluções, distanciado-as, modificando-as duma forma, que qualquer filosofo largaria seus estudos para se entranhar numa mata e ali ficar.
A minha maior mudança talvez seja derrotar meus pequenos defeitos...
Essa vitória é amarga e de Pirro. Mas tenho de abraçá-la...

21.3.10

Sobre a clausura, os amigos antigos e as novas mini certezas

Um relacionamento falido é uma grande clausura a qual nós mesmos nos movemos para. Mendigamos alguns restos de atenção e prazer e nos acomodamos ao fato do controle. Existem pessoas que nasceram fora do controle, eu sou uma delas.
A cela é bonita e perfumada, mas funesta, avança sobre mim em meus grilhões. Suas grades cinza em formas de mãos quase me abateram ao comum, coisa que há mim se comparando não se dá.
Contudo, ate mesmo sem querer, era hora de avançar e tomar essa Bastilha. O destino move as pessoas para caminhos inconcebíveis a mente. As muralhas caíram sem uma só bala, sozinhas, explodidas. Aproveite a fuga e continuei uma historia que jaze há anos. Com gente tão precipitada, impulsiva e narcisista quanto eu. Como é bom ver-se de outras formas, sem pudor e pequenas teorias tolas sobre como devemos ter um comportamento, e ou, diplomas, coisas mínimas e religiões falidas.
Eu sou incompleto, por vezes fútil e incompetente. Não quero tornar-me maquina ou exemplo de vitória para a classe burguesa. Nem ser um acionista de coisas vãs.
Meu caminho é conhecer caminhos. Meu destino é modificar destinos. Minha voz é para ficar silenciosa. Meu dom é para entreter o ego. Eu sou para, um não sei o quê que me agrada. A música é tremenda, a palavra incansável. Minha mente talvez seja pequena, mas meu quarto é um navio corsário.
Estou deveras cansado de planejar dinheiros, de poesias ínfimas, de donos da verdade. Meu dinheiro é para se perder no breu, minhas poesias tem de falar minha nojenta verdade.
Afinal de contas, sou um homem moderno e tenho o direito de ficar calado...

19.3.10

Sobre como varrer amores para debaixo do tapete

Parti hoje, para um cruzeiro que ganhei a passagem. Quando fiz a minha parte, esperando meu prêmio; que foi trocado ás pressas. Nunca comprei bilhete ou concorri, fui premiado, por uma velha amiga, a navegar por dentro da minha vida, em solidão e silêncio.
Lugares antigos não se dão como inéditos. Apenas um velho quarto, de tempos imemoriáveis. Apenas uma velha cama, e as velhas bebidas, que nos ajudam a compreender ao contrário nossa ínfima e infinita vida.
E de contrários ela realmente se faz. Pois ao fundo pagamos o preço do de graça, pois desviamos para o avesso do direito. E as contas nunca cessam, e a chuva sempre volta.
Agora aqui, alguns anos depois reconheço a velha faceta que nunca amamos, e tenho que estar firme para o trabalho..
Todavia, o silêncio impera e isso me agrada, e simplesmente, tenho pouca coisa para dizer, quando deveria falar muito. Mas são as dissidências dentro de nós. Essas é que fazem valer...

14.3.10

Sobre como se portar em dias ruins

A vida exerce sobre nós a ligeira e extrema arte da ocasião, do acaso e dos meios pelo qual aquilo que os crentes num divino atendem como sua providencia. Desta avassaladora arte vêem nossas incertezas, dilemas, reflexões e encontros com um “Eu” tão poderoso e impotente como às formigas que se alojam por de trás da tomada da cozinha.
Precisamente eu estive de fronte com essa realidade hoje, e talvez amanhã também esteja, até que chegue algum outro motivo poético que me faça ter vontade de acordar ás seis e varrer meu rosto da barba que cresce; engraxar um par de sapatos caros e correr contra o tempo por toda santa manhã, pela tarde, no almoço e diante das noites mal dormidas.
A minha existência se deu dentre muitos momentos bons e ruins, alguns passei sozinho, outros passei rodeado de amigos ou em par com alguém. Mas, me respondam: O que sobra do passado neste futuro sombrio além de nós e nosso velho quarto marcado?
Contudo, creio que os investimentos e as visões são tão passageiros quanto à própria humanidade, os gostos e os devaneios de alguém fadado a viver a vida moderna.
Vejo-me como um pequeno astronauta, sem recursos, explorando algo bem perto para refazer uma casa destruída pelo vento cósmico. Ou não, eu perdi minha fé nas estrelas e num mundo exterior. Minhas crenças de proteção, e até minha força de vontade. De fato, estou abatido pelo golpe certeiro que o acaso me deu, fendendo minha rotina em várias partes.
Gestos, ligações, dias de Tv, tudo tão minúsculo e inocente quanto nós e que acarreta uma vicissitude de estar sempre ali no contar dos dias. Roda do tempo que desaba e rola por dentre nossas emoções e nos deixa a sós com nosso inimigo mais poderoso, o “EU”.
Contemplo a paisagem do meu bairro neste terraço triste e barato com meus melhores companheiros de viagem: Meu orgulho, meu Ego e minha falha e esquecida esperança.
Caçando com lasers e máquinas, aqui e ali, algo que esteja aquém do que eu tenho certeza que vai ser o amanhã.
De toda forma, aos vintes anos, existe um velho lobo cansado dentro de mim. Incapaz temporariamente de entender e compreender a vida, ou totalmente o contrario. Talvez minha visão esteja tão elevada que ultrapassou meus ideais e minhas mini-certezas.
Digamos que, em par, em grupos ou sozinho, sou incompleto...

21.2.10

Sobre o Carnaval e o regresso ao trabalho

A vida moderna nos faz experimentar ser vários individuos dentro de um só: O Namorado, O Filho, O baixista da Tópico 3, O vendedor da Pleidisco. E para cada faceta nossa existe uma expectativa quase que irreal sob nosso comportamento, nossas atitudes, decisões, escolhas, vitórias e derrotas.
E tudo parte do ponto de estarmos em conforme com o mundo que gira mais próximo de nós, com as pessoas que compartilham nossas horas e dias. Mas em quem realmente se pode abrigar nossas emoções, ou deve-se sacrificar um pouco de nossas escolhas?
Os dias que sucederam minhas férias tornaram-se grandes amontoados de problemas e inimizades, seja no trabalho, seja em outros "eus".
Veio se formando em mim a peneira da vida, em seu estado-de-arte, esta foi me mostrando, seja por destino ou procura minha, quem ou o que valhe sacrificio e contrição...
Adentrei em profunda reflexão pessoal em meu carnaval e procurei trocar algumas baterias e estratagemas que usava na vida em geral e especialmente no trabalho....
As pessoas mais próximas de você, aquelas que contas o que acontecera no dia anterior, podem lhe atacar pelo simples prazer disto.
O dinheiro serve para se comprar um relógio bonito e para destruir os laços fracos das amizades humanas. Basta apenas ter a cabeça do tamanho do seu mundo e você será engolido por ele, mastigado por ele, triturado e assado conforme os pensamentos mesquinhos o façam.
Afinal de contas, o que vivo, é a vida moderna...


Dizem que 2010 começara no dia 22 de Fevereiro (amanhã).
Sendo assim, recomeçam os estudos, as lutas e a vontade de me libertar de muita coisa...
Amém.

18.1.10

Sobre Minas Gerais

Esse ano de 2010 começou com as minhas primeiras férias de trabalho da vida. Aproveitando os dias de "Stop" resolvi juntar um dinheiro e viajar. Juntei minhas trouxas e fui para a cidadezinha de Itamonte no sul de Minas Gerais junto á familia do guitarrista da minha banda...
A viagem de quatro horas foi subindo as duas serras que se colocam entre Rio-Minas, lindas paisagens, muita pressão no ouvido e desconforto. Na primeira chegada lá, dei de cara com uma cidade que se estende diante duns cinco quilômetros de rodovia, com quatro quadras para a esquerda e mais três para a direita. Este era o centro da cidade. Na periferia se erguem várias pequenas comunidades que se entranham na serra e nas ribanceiras do lugar.
A delicia de Itamonte era perceber a vida pacata que se vive normalmente longe das loucuras do Rio de Janeiro. Era cruzar com vaca e cavalo na estrada, ver caboclo subindo morro para colher fruta, ver rebanho ser ordenhado, comer doce de leite caseiro, as pessoas falarem "cantadinho".
Fiquei naquela monotonia prazerosa por quatro dias, até que fomos para a Principal cidade da região.
São Lourenço é um dos menores municipios do Brasil e um dos que tem maior densidade populacional, arrisco ter a população de um bairro do Rio de Janeiro. Cidade bonita, com gente bonita, com ótimos lugares para comer e passear. O parque das águas, com águas termais, gasosas e toda sorte que isso pode proporcionar. O calçadão, os doces.
Com a banda completa tocamos em quatro lugares seja em São Lourenço ou Itamonte e tivemos uma recepção muito boa do povo Mineiro.
Em meus devaneios vi que nós, do Rio de Janeiro, temos sim de viver essa vida caótica para sustentar aquela gente de sorte que nasceu em lugares que você pode andar pela madrugada na rua, atravessar uma sem ser atropelado. Que a risada e a amizade ainda existem, não particularmente, mas dentre o povo do lugar.
De volta a cidade natal, estou tirando agora uns dias de férias de tudo, tudo mesmo, em minha casa, sobre essa escrivaninha, arriscando umas poesias e planejando as batalhas de 2010.

Bom ano e boa sorte...

Vejam as fotos do lugar!