3.5.10

Sobre mapas e deserção

Já é madrugada e o sono disfarça,
As alamedas inundadas em meus pequenos desejos.
Suntuosos em matéria, fervidos na miséria.
De minh’alma coberta de soberanas idéias.
Fortes monções de mudanças sem fim,
Que se encontram á pedra, falidas enfim.
Morro por dentro, quando acordo vivo,
Tento e agradeço, mas meu mistério é conciso.
Sei o que fazer, por onde ir, mas não consigo.

Talvez seja assim, parte de mim,
Subjugar-me a quem ao menos consegue,
Somar seus desejos aos meus dialetos.
Famigeradas noções, que só fadiga e desprezo;
Pode governar esse meu doce desejo...
De ir á pique com todo um Titanic,
Que em minha vida se chama servir.

E sou servo mal pago,
Pois o preço é caro,
Do trabalho que vendo,
Do poder de meu estrago.
Estou paralisado, feito um pinho.
Que enraizada as vestes,
Acompanha em silencio ao vento,
As mudanças do mundo.
E quem diria que fui eu mesmo que somei esses números?

E amanhã renasce a luta,
Há muito perdida,
Ao qual me faço desertor.
E pela manha se vêem a duvida:
Até quando a condição vai controlar a dor?

Qualquer dia desses,
Vou voar em desgraça,
Sobre um ódio insaciável,
Que faz devassa,
Minha perpetua vontade de ir.
Seja lá onde for,
Eu nunca gostei de mapas...

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