Outra cidade

Ao saber da pouca luz,
reconsidero meus instintos.
das feridas retiro o pus,
vivo nessa urbe submerso.
Essas ruas que me consomem,
a loucura que cessa pelas trevas,
mesmo assim os faróis insistem em lutar,
mesmo assim os seus olhos ficam a atormentar.

A pugna infernal dos sete erros,
o perjúrio informal do meio emprego,
da palavra amar e estar,
sentado, parado, estupidamente cansado,
fadado ao nada e de nada gerado.
Pelo menos nessas horas some o retrato,
sobram os teclados,
sobram os mistérios,
do velho e bom futuro.
Nele guardo algum agrado.

Em queda livre,
em retirada, debandada,
fugindo para as montanhas,
criadas pela emoção.

Teu destino é um sorriso,
minhas malas já estão feitas.
Teu processo é inoxidável,
estou pronto a sujar as mãos.
Dou um fim a minha covardia,
e admito "não dá mais".
Essa noite entendi,
mesmo com tantos álibis,
estou fugindo de você...

Outra cidade me salvará...

Marcus Mavi