Acordo já de tarde,
troquei o dia pela madrugada,
guardei os problemas na mala,
viajei dentro de casa.
Prefiro assim estar,
longe de mim,
longe da fome e do fim.
Vejo no sorriso do menino Pedro,
algum motivo pra alegria,
tenhos muitos, fui eu mesmo sorrir.
Aposentei o coração para não mais sentir.
Até a batalha voltar...
Lá fora, o mundo gira e revigora,
suas intrigas, suas esmolas.
Mundo que me afasta e isola,
laço que me agarra e explode.
A Tv reluz o que sobrou da visão,
meu coração seduz qualquer um igual.
Que vê no que passei alguma força,
eu digo que estou bem,
pra mim incógnita virou...
Quatro paredes, meu forte,
tinta amarela fosca,
uma estante,
a cama pra sonhar um pouco,
essa 17 ° pra ser mais oco.
Prefiro nisso inventar,
fui para outro país.
Povo que existia dentro de mim,
assim está melhor,
está tudo bem...
Balas ressoando nas ruas,
os homens morrem na loucura,
eu trancado, trocando tiros com meus lados.
O inimigo espelho é mais forte,
eu não tenho sorte,
sem problemas,
disso eu já fiz poema,
o novo dilema é o velho,
e o velho o mais moço...
Jornal as seis,
correr na neblina,
ver o dia nascendo em harmonia,
e desatando em tiros pela matina...
Essa é a nossa vida homens,
essa é a vida.
Amarga como o fel,
e bela como a menina....
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