25.9.07

A rosa



O inverno abriga cada compromisso com a imprudência,
se tua foto não fosse agressiva entre minha retina,
eu até deixaria de usar a minha decência.
E ferveria a emoção nos porões da surdina.

Cada lágrima sua derrota esse meu coração mercenário,
em estágio de decomposição violenta,
nem a primavera me faria gelado,
me sinto morto, ferido, escalpelado.

Você foi a amélia que floresceu nesse jardim funébre,
do cemitério abarrotado de emoções,
nessa cova úmida e podre,
que chamo coração.

Por favor, não faça dessa dor um farol,
e não grite para as estrelas num anzol,
apenas deite e sonhe mais uma vez em esperança.

Teus espinhos me feriram,
teu vento me abalou,
adeus, agora eu digo, eis aqui mais um amigo....

Marcus Mavi

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