16.11.07

Caminho sem fim

Vociferado pela desordem,
essa cidade me alegra.
Com suas praças e shoppings,
entre as sujas ruas desertas.
Assim vou, não sozinho.
Nos acordes trago as lembranças tuas,
de meu rádio retiro algumas frases,
que duram um ou dois segundos.

Mutas, as sirenes descansam.
Enquanto o tempo seleciona,
o caminho mais próprio.
O retirante e o juiz,
fazem os dois a mesma sentença.
Abandonam o óbvio pelo duvidoso,
fazem do mundo uma prensa.

Porém acho o lindo,
o verde insistente,
entre os viadutos e fileiras,
lutam as sementes.
Desta forma ajo agora,
pormenor que seja a dor.
Por maior que seja o ódio,
tento confiar no amor.

Caminho sem fim,
a sessenta por hora.
Ônibus cheio de homens e histórias.
Formigas trabalhadoras,
sofrem tão pouco,
ao dizer que odeiam,
seus dizeres e sufocos.

As placas anunciam.
O vento persiste.
O coração fortifica,
o sentimento mais triste.
Kimera me tornei,
do passo fundo ao duvidoso,
da intolerância ao pomposo.
direito de dizer por entre os dentes,
que venham os deslizes, eu sou o lodo...

Marcus Mavi

Um comentário:

Anônimo disse...

aaaaH... perfeito!

Poemas que o meu novoo migo faz, poeta profiça... =P

adoro você e parabéns pelo blogger