12.8.07

Alguém que nunca esteve...


Pai

Hoje me pergunto de onde surgiu o erro.
De que pensamento teu se criou minha idéia.
Ordeno a deus que me diga,
qual tristeza que te fez me deixar assim....

Pai,
Quantas vezes teu pulso me faltou,
tua companhia não esteve,
teus braços não me sustentaram.

Pai,
por quantas noites fiquei sozinho,
no mais amargo de meus ninhos,
dos teus conselhos que me faltaram.

Pai,
não te julgo erro ou certo,
apenas questiono nosso destino...

Quantas brisas da manhã perdemos juntos?
Quantas boladas e tv´s aos domingos?
Mesmo se nosso amor não fosse um túmulo.
Sei que teu peito eu teria....

Pai,
aprendi a me virar,
sofrer e sustentar,
nosso sonho de ser feliz.

Hoje sei de seu fim pai,
de sua dor, de sua fraqueza.
Uso destas para dar forças,
aos meus passos sem destreza.

Em que bar estás agora meu velho?
Nesse copo choras a minha falta?
Sou comparado a ti a todo modo.
Um retrato distorcido pela mágoa.

Pai,
estamos envelhecendo separados.
Tua morte não me fará falta.
Pois teu maior pecado não foi a tristeza.
Foi nunca ter tentado estar ao meu lado.

Agora choro nesse dia tão solene,
dos felizes apartenados.
Tua face acabada me toma a mente.
Aqui está o beijo na tua face tão assolada.

Pai,
Te amo apesar de tudo...
Onde quer que você esteja,
que seja feliz este dia amargo...



Texto: Marcus Mavi

Um comentário:

Joana Maira (Lenna) * disse...

seu pai tbm é ausente? é. estamos malz. rs

bjo ;*