5.10.15

Outro relato sobre o fato igual.

É interessante, estou sentado novamente na mesa suja em que trabalho pensando nos erros que cometi nos últimos meses. Como poeira acumulada encima do armário ou como uma doença que causa consequências desleais por gostar de comer doces. Eu consumi compulsivamente nos últimos 7 anos da minha vida e agora, simplesmente, fali. Fali à beira dos 26 anos, idade já suficiente para um homem se emancipar. Eu gastei minhas forças e o dinheiro que eu não tinha tentando me mostrar bondoso e descolado. Mais uma vez, em menos de 12 meses, paro para verificar as contas, verificas as pontas e descubro que estraguei tudo novamente. Que o tênis destroçou meu esforço diário de vir trabalhar.

O fator mais deprimente é que com ninguém posso comentar sobre isso. Eu me cerquei de filósofos e não de amigos. Os poucos que tenho não conseguiriam me aconselhar nada, estão piores do que eu, piores nos proventos ou nos débitos. Família e namorada são diretamente envolvidos e bancar o cara que “sabe resolver tudo” faz parte do meu show.
Só me resta este blog e a solidão da internet para dizer claramente que falhei e que preciso de ajuda. Resolvi me endividar mais para resolver isso tudo, vou buscar uma terapia.


Amém. 

30.6.15

Sobre se sentir assim.

Hoje eu pareço ter perdido a conta
Ter pedido a conta.
Pareço ter acumulado os dias
Todos dentro de mim.
Eu anoiteci as três da tarde,
E acordei as dez.
Tudo tem sido tão tranquilo
Atolado em meus papeis.
É só dar de frente com o acaso
Que tudo se torna disparo,
Eu percebo seguir um caminho ruim.

Não faz sentido o que há dentro de mim,

Eu sabotei o meu fim...

2.1.15

Ano Novo

Ano Novo com novos sonhos

Chegou o tão esperado 2015, com suas promessas fatídicas, suas visões elevadas.
Basicamente, passei todo o ano anterior planejando minhas ações neste, dado que, imobilizado na vida profissional, pessoal e financeira, vivi um ano de esperas, um ano de aguardos, um ano de aguardentes.
Algumas perguntas não foram respondidas, essa vida agitada, cheia de opiniões, cheia de pronomes de tratamentos, cheia de dejetos, não nos deixa quase que raciocinar. Vivemos institivamente, no modo de espera, no modo de governo, em câmera lenta. 2015 me propiciou alguns dias fora as festanças para tentar reerguer alguns muros caídos e pintar outros construídos. Houve suor e sangue demais no ano que se foi. Essa contagem de tempo que criamos nasceu de nossa necessidade de crer num começo diferente a cada doze meses; tempo suficiente para alcançar o cansaço.
Logo alcançarei uma idade considerada por todos como adulta. Olho-me no espelho, tornei-me servo de expectativas. Tão servo delas, tão senil, tão quebrantado que não sei de onde surgiram. As geradas há dez anos atrás caíram quase que todas por terra. As geradas fora de mim assumiram. Os comerciais vendem uma vida pacata, com nossos empregos das nove ás seis.
E como aquele menino-herói pode se alojar dentro do gabinete de um homem comum? A realidade desbarata nossos ditames, ela transforma quase tudo em óleo e sal.
Digo mais, sobrou muita coisa do menino que iniciou esse blog, outras se modificaram em maneiras perversas que, alegremente, me envergonharia se assim o visse.
Eu ando profundamente sonhador.

Mas, parafraseando nosso poeta GIL: “Tudo permanecerá do jeito que tem sido, transcorrendo, transformado, tempo e espaço navegando em todos os sentidos…”
Compreender a dinâmica do tempo vivenciando cada dia como último. Que alegoria mais terrível, nossa mortalidade ter de ser casada com o eterno vento. É ingenuidade demais tomar as rédeas da própria vida?

“Queremos saber, queremos viver confiantes no futuro. Por isso se faz necessário prever qual o itinerário da ilusão, a ilusão do poder...”
Até onde podemos nos iludir no chegar?
Tempos perenes demais. Toda sorte para todos.