11.11.13

Tempo Rei

Prefácio

De uns anos para cá, essa vida de adulto médio vêem assolando meus nervos, e tudo isso se resvala na minha forma física, mental e financeira.
Na procura incessante sobre as possibilidades de minimizar esses fatos que pensei e concordei em retornar a este local que, ao longo dos incontáveis oito anos que ele cobre da minha parca passagem por esse plano, funciona como fonte de escape e escarpa aos meus desejos e discrepâncias.
Não quero titubear nas infinitas ordens de palavras que a língua portuguesa gera e espera de nós, nem aos menos tentar. Não sou homem intelectualizado e atualizado com os ditames existentes nesses extratos sociais que convivo. Tenho me tornado dez mil personagens sombrios, vagando nos limbos da vida profissional, amorosa e pessoal que um homem de 23 anos pode transpassar.
Não haverá de forma alguma divulgação ou informação sobre o conteúdo que aqui existe. Será o tempo e o interesse de cada qual que virá aqui ver. O fato é, quero voltar a gozar dos ouvidos amplos e dispersos da rede para simplesmente desabafar.
Contudo, não esperem tratados científicos e biografias corretas sobre o que passo e como passo, os assuntos mais inerentes a mesas estreitas por lá ficarão...

A vida de brasileiro médio é funesta e irrisória diante das massas que se acomodam na TV domingo á noite para rir da desgraça alheia. Tal formosura de passagem nesses tempos é a que vivo. Moro basicamente em um lugar simples, feito de gente simples e governado por gente simplista.  Um leviatã artificial que, ao contrário de seu uso e sentido original, massifica os contra-sensos e a busca incessante por uma fortuna que nunca virá. A guerra pela sobrevivência no Brasil é fria e desumana. Amontoados em nossos péssimos meios de transporte, acotovelando-se e organizando nossas pequenas seitas e cervejadas, pelo caminho vamos aos trabalhos abençoados que, basicamente, nos pagam pouco e cobram muito.
A volta se dá de forma idêntica, há de se deixar previamente registrado que, o conformismo reina no Brasil...
Tudo isso tem me consumido...

Com o advento das redes sociais, padrões tão inúmeros estão se unificando naquilo que chamo “Estado do Símio Organizado”. Compactados numa amoral e numa perspectiva chula de um total fator aprovativo e superlativo do sistema; cada qual em seu quadrado, divulga ao léu a vida absurdamente boa e enganosa que se tem...

Eu, Marcus, pergunto-me a cada hora que passa, como posso moldar-me a essa corrente que desconheço e que não convence, confesso a todos, tenho tentado inúmeras vezes mas, a incompreensão é substantivo sem paradoxos neste lugar. Quase que sempre seus comportamentos hão de ser moldados pelas filosofias inúteis das novelas e dos autores falecidos. Aquelas mesmo que todos nós conhecemos que, ao usar de uma retórica mais aproveitada, consegue falsamente simplificar as situações de complexos domos dentro da sociedade.
Minha guerra é contra esse sistema falido e essas formas de viver. Tenho perdido consubstancialmente...
Desprovido de diplomas, belezas, valores e posses; meus assuntos se diluem nos tratos da minha classe...

È dolorosa a sensação de impotência diante disso tudo.
Por isso canto:

Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Oh Tempo Rei!
Transformai
As velhas formas do viver
Ensinai-me
Oh Pai!
O que eu, ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo
Socorrei!..”



E por ai caminho, nas segundas-feiras sujas da vida suburbana carioca... 

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